sexta-feira, 25 de março de 2011

Brasileiro solidário... Solidário?...

"Oh! Pacato Cidadão!
Eu te chamei a atenção
Não foi à toa, não
C'est fini la utopia
Mas a guerra todo dia
Dia a dia, não..." Samuel Rosa



Trilha sonora sugerida: Pacato Cidadão - Skank
Muito se fala da solidariedade brasileira em época de acidentes, enchentes, desabamentos, catástrofes.
Homens e mulheres acampados à frente da delegacia em que se encontra o suspeito de assassinato da garotinha de 4 anos. Correm atrás do veículo que o transporta, atiram pedras, verbalizam desaforos e num uníssono:
- Pena de morte! Pena de Morte!
Acompanham vidrados, na TV, afundados em seus sofás como se fosse mais uma novela de Gilberto Braga, o desenrolar dos acontecimentos. Cada dia é um capítulo. Plim, plim.
Quando, então, o suspeito é uma celebridade, a comoção ainda é maior: Dão entrevistas, falam como se fossem um parente, com faixas estendidas e terço na mãos. Choram, se abraçam, se solidarizam.
Em tragédias, se juntam, mobilizados procuram ajudar a todo custo: arrecadam alimentos, roupas, materiais de limpeza e higiene, depositam donativos. Até os bancos, pasmem, abrem contas-correntes para também fazerem parte desta corrente de solidariedade, para também mostrarem que fazem parte desta grande nação chamada BRASIL.
A questão é:
Onde se encontram esses mesmos brasileiros solidários no dia a dia?
Se o brasileiro é tão solidário, não deveríamos esperar mais gentileza na nossa rotina?
No trânsito, ninguém cede um espaço para o carro, que dá seta, entrar. O motociclista anda pelas calçadas, quase atropelando os pedestres. Dão-se fechadas e no nosso esbravejar de indignação, o faltoso dá meia volta e ameaça com palavras, com um chute na porta do carro, ou mesmo comum facão que estava no piso do carro, como se fosse um coelho saindo da cartola.
A solidariedade, a gentileza deveriam ser inerentes ao ser humano. Não se pode esperar que haja uma válvula propulsora ou um abalo sísmico para que elas aconteçam.

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